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Publicado em: 03/11/2014

Comemorações do Dia do Servidor

 A última semana de outubro foi marcada por muitas confraternizações para os servidores do Fisco, com direito a encontros especiais realizados pela AFFEMG e uma palestra sobre assédio moral, organizada pela Frente Mineira. Todas as atividades fizeram partedas comemorações do dia 28 de outubro, Dia do Servidor Público.

Com intuito de promover a integração nas delegacias e superintendências de Fazenda em Belo Horizonte e região, a AFFEMG ofereceu um lanche de confraternização para todos os servidores. Em Contagem, a comemoração aconteceu no dia 28 e contou com a presença do vice-presidente da AFFEMG Eduardo Assis e do Diretor Social Adjunto Gilson Magalhães.

As homenagens se estenderam na quarta-feira, 29, com a participação do Superintendente Marcelo Hipólipo que agradeceu o carinho da AFFEMG. “Eu gostaria de agradecer a Diretoria da Associação por nos presentear com esse agradável lanche que de forma simbólica vem, não só homenagear, mas também valorizar o trabalho de todos nós servidores. Esse gesto da AFFEMGmostra o caráter da Associação, sempre preocupada em fortalecer o importante papel exercido pelo servidor público”, destacou. Complementando a fala do Superintendente, a Diretora – presidente da AFFEMG Maria Aparecida Neto Lacerda e Meloni, Papá, agradeceu a presença de todose observou que o momento também era de reflexão. “Além dessa pausa no trabalho que permitiu o reencontro com os amigos e comemorações, essa homenagem serve também para refletirmos sobre a nossa honrosa função de servir à Sociedade.”

Um olhar sobre a rotina de trabalho no serviço público

O crescente número de afastamentos de servidores públicos, devido ao adoecimento no ambiente de trabalho é uma triste realidade do setor público, atualmente. A questão foi o tema central da palestra “Autoritarismo e Psicopatologia do Poder: o adoecimento no ambiente de trabalho”, oferecida pela Frente Mineira em Defesa do Serviço Público, coletivo de entidades do qual a AFFEMG participa.

O evento realizado na última quinta-feira, dia 30/10, no auditório da Receita Federal em Belo Horizonte, teve como palestrantes o Professor Titular da UNICAMP José Roberto Montes Heloanie o jornalista/psicólogo Arthur Lobato.

Com grande experiência sobre o tema do assédio moral, Artur Lobato abriu a discussão pontuando um pouco sobre a definição do termo. “É preciso entender que o assédio moral não é a doença, mas um processo perverso que leva a pessoa a passar pela humilhação, a raiva, a impotência, a perda da autoestimaetc. Isso leva a um adoecer invisível”, explicou o psicólogo. Lobato, explicou que apesar de haver um consenso de que a má conduta já faz parte da rotina de trabalho dos servidores públicos, existem ainda poucas estatísticas para mensurar o sofrimento dos trabalhadores no setor. “No serviço público, há uma espécie de violência invisível, pela estabilidade da própria carreira, as pessoas, de certa forma, acabam tolerando mais os assédios se comparado com o setor privado. Por isso, parabenizo a iniciativa da Frente em abrir esse tema para o debate, somente juntando informações que conseguiremos mediar essa situação”, conclui Artur. 

Encerrando o encontro, o professor Heloani, especialista na área de Gestão, Saúde e Subjetividade ponderou sobre a entrada do assédio moral no setor público. “Dentro do projeto neoliberal, a administração pública entra na lógica do mercado com o Estado mínimo, política que se configura em um desaparelhamento do setor público com a redução de investimentos. Quem não se lembra, por exemplo, da campanha iniciada no governo Collor de que servidor público era marajá, essa foi uma tentativa de desgastar a imagem do setor público frente a sociedade, tudo para justificar o enxugamento da máquina pública, demanda exigida pelo capitalismo financeiro”. Para o professor, essa política iniciada nos anos 90, foi o início da introdução do assédio moral no setor público brasileiro. “De lá pra cá, a situação só piorou. A imagem está tão desgastada que a população confunde o serviço com o próprio servidor. Por exemplo, acredita-se que os problemas do sistema tributário são culpa do próprio auditor e não da política de cobrança. Observa-se que o assédio é uma prática de gestãodesumana, onde a grosso modo é possível dizer que nesse modelo neoliberal o ´capataz´ foi substituído por metas absurdas”.

Fonte: Affemg