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Publicado em: 01/02/2013

Chacina de Unaí: AAFIT/MG conduziu Ato Público no dia em que o crime completou nove anos

01/02/2013

O presidente da AAFIT/MG, José Augusto de Paula Freitas, foi o mestre de cerimônias do Ato Público realizado na segunda-feira, 28 de janeiro, na entrada do prédio da Justiça Federal em Belo Horizonte. O Ato Público marcou os nove anos da Chacina de Unaí e o Dia do Auditor-Fiscal do Trabalho, criado em homenagem aos Auditores-Fiscais do Trabalho Eratóstenes de Almeida Gonsalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, e ao motorista Ailton Pereira de Oliveira, assassinados no crime conhecido como Chacina de Unaí.

Dezenas de Auditores-Fiscais do Trabalho de Minas Gerais e de outros Estados, parlamentares, sindicalistas e representantes de instituições públicas participaram do Ato Público, que teve o tom da indignação com a decisão da juíza substituta da 9ª Vara Federal, Raquel Vasconcelos Alves de Lima. No dia 24 de janeiro ela decidiu declinar da competência do julgamento em BH e transferir para a Vara Federal criada em Unaí em 2010.

A juíza foi duramente criticada pela decisão, tanto nas manifestações durante o Ato Público como na reunião da Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo – Conatrae, coordenada pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, que contou com a presença do ministro do Trabalho e Emprego Carlos Daudt Brizola.

Para os manifestantes que acompanham o caso há anos, o julgamento em Unaí não terá isenção. A influência política e econômica dos mandantes não recomenda que o julgamento seja realizado no município.

Rosângela Rassy, presidente do Sinait, parceiro da AAFIT/MG na organização do evento, ressaltou o lema adotado este ano – “Justiça ainda que tardia” – parodiando a bandeira de Minas Gerais. Disse que confia na Justiça e que ela será feita, mas precisa ser célere. E que ninguém pode se conformar apenas com a justiça divina que já começou a ser feita, pois um réu já morreu, mas lutar para que seja feita a justiça dos homens.

José Augusto coordenou as falas dos presentes, incentivou palavras de ordem como “Julgamento Já, em BH!”. Um dos momentos mais emocionantes foi quando Marinês, viúva do Auditor-Fiscal Eratóstenes, ladeada por Genir Lage, viúva de João Batista, e Helba Soares, viúva de Nelson, falou da impunidade dos criminosos e do sofrimento das famílias, inconformada com a decisão da juíza Raquel Vasconcelos.

O Sindicato que representa os servidores da Justiça Federal também participou do Ato Público, apoiando o pedido de agilidade do julgamento e a indignação com a recente decisão da 9ª Vara, também participou do Ato Público. Vários servidores foram vistos nas janelas do prédio observando a manifestação. O gabinete da juíza Raquel Vasconcelos fica no local.

Ao final, com todos de mãos dadas, o ex-Delegado Regional do Trabalho Carlos Calazans fez a chamada dos quatro servidores assassinados: Eratóstenes, João Batista, Nelson e Ailton.

José Augusto e Rosângela, além das viúvas dos Auditores-Fiscais assassinados, parlamentares e autoridades concederam entrevistas durante todo o dia aos jornalistas destacados pelos veículos de comunicação para fazer a cobertura dos eventos. Ontem e hoje jornais, TVs, rádios e sites de notícias repercutem o fato.

Fonte: Affemg