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Publicado em: 02/04/2014

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Cartel do cimento sob mais pressão

02/04/2014.

As punições ao "cartel do cimento" podem superar os R$ 3,1 bilhões em multas impostas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O Ministério Público Federal está movendo ações de reparação e, em uma só delas, no Rio Grande do Norte, pede R$ 5,6 bilhões.

Documentos - como e-mails - aos quais o Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor, teve acesso, mostram que as empresas fizeram acordos, em âmbito nacional e regional, para fixar preços, níveis de produção, dividir clientes, impedir a entrada de concorrentes e comprar companhias menores que ameaçavam furar o bloqueio. Houve até a criação de um "código de ética", com previsões como obedecer à "prática do preço justo" - ou seja, igualar os valores para não haver competição - e "respeitar e preservar os mercados, evitando o conflito entre as empresas".

Além das multas, o Cade concluiu que o cartel só será rompido definitivamente com a venda de ativos das cimenteiras a quatro novos participantes desse mercado. Em artigo para o Valor, Marcio Fortes, do conselho de administração da Cimento Tupi (que não está incluída no processo), afirma que a ação do Cade é um "precedente gravíssimo", que desestimula o mercado de capitais a investir na expansão de fábricas, não só de cimento como de outros produtos.

 

Fonte: Valor Online (Jornal Valor Econômico)