Bolsa e dólar têm dia de pouca variação; mas Petrobras despenca
SÃO PAULO - Os mercados financeiros globais têm um dia positivo nesta terça-feira, com altas nos mercados americanos e europeus, amparados por perspectivas de mais estímulos monetários na Europa e no Japão.
Confirmando expectativas, o premiê japonês, Shinzo Abe, anunciou que dissolverá a Câmara Baixa do Parlamento e convocará eleições antecipadas. Além disso, Abe adiou o aumento de um imposto sobre consumo por 18 meses. A leitura geral é que as medidas abrem espaço para um reforço na política de estímulos econômicos do primeiro-ministro.
O Ibovespa, contudo, fracassa em captar o bom humor externo, pressionado por notícias negativas de empresas locais. Petrobras, Vale e Eletrobras são destaques de perdas. Os mercados brasileiros ainda operam com baixo volume de negócios, já que os investidores evitam se mexer enquanto esperam a definição da equipe econômica do novo mandato da presidente Dilma Rousseff.
Câmbio
O dólar opera entre estabilidade e leve queda ante o real nesta terça-feira, em meio a mais um dia de fraco volume de negócios que denuncia a postura de “esperar para ver” dos agentes financeiros. Às 13h38, o dólar comercial operava em baixa de 0,21%, a R$ 2,5958.
A presidente Dilma Rousseff afirmou recentemente que anunciaria o nome do escolhido para a Fazenda após o encontro entre líderes do G-20, ocorrido na Austrália no último fim de semana. A ansiedade do mercado acontece porque o substituto de Guido Mantega comandará a política econômica e terá de promover ajustes na política fiscal com impactos nas áreas monetária e cambial.
Juros
Sem definição sobre a próxima equipe econômica e de olho no imbróglio político gerado pelos escândalos envolvendo a Petrobras, o investidor saiu de cena e deixou o mercado de juros praticamente parado. O volume de negócios, que já vem minguando nas últimas sessões, está ainda menor hoje.
Os contratos já operam com prêmios de risco mais altos e é nesses níveis que investidores aguardam pelo destrancamento dos negócios. De todo modo, há potencial para oscilações, para cima ou para baixo.
Há pouco, o DI mais movimentado, com vencimento em janeiro/2021, tinha um volume de 47.555 contratos. A taxa estava em 12,70%, de 12,70%. Já o DI janeiro/2017 tinha giro de 39.225 contratos e juro de 12,73%.
Bolsa
O Ibovespa teve uma manhã volátil, na qual oscilou entre altas e baixas, mas de pouca amplitude, entre notícias boas do exterior e ruins para empresas brasileiras. Às 13h38, o índice subia 0,30%, para 51.411 pontos.
Entre as blue chips, Vale PNA afunda e perde 3,6%. Em nota de hoje, o BTG Pactual lembra que o minério de ferro caiu 4%, para US$ 72,1 (fechamento de Cingapura). “O preço do minério de ferro continua a desafiar a gravidade e a queda foi além do que a vasta maioria acreditava ser possível”, diz o banco. CSN também está entre os destaques de perda, com recuo de 3,77%. Segundo números divulgados hoje, as vendas de aço no Brasil caíram 15,8% em outubro, ante igual mês de 2013.
Petrobras, que abriu em alta, virou e passou a cair. A PN recuava 4,13% e a ON caía 4,53%, liderando as baixas do índice. Os papéis ainda estão imersos na onda de acusações de corrupção na empresa.
Fonte: Valor Econômico