Pular para o conteúdo principal

Publicado em: 25/11/2014

Categoria

BOLETIM FOCUS - Mercado reduz superávit primário

Brasília. O mercado voltou a reduzir a expectativa de superávit comercial (exportações maiores que importações) em 2014. A projeção para o fechamento da balança caiu pela sexta vez, de US$ 400 milhões para apenas US$ 100 milhões. Há duas semanas, analistas e investidores estimavam saldo positivo de US$ 1 bilhão e, no início do mês, superávit de US$ 2 bilhões.

As informações estão no boletim Focus, divulgado ontem, pelo Banco Central (BC). Os analistas também elevaram a expectativa de fechamento do dólar, de R$ 2,53 para R$ 2,55. No último dia 14, a moeda norte-americana fechou acima de R$ 2,60 pela primeira vez desde 2005. Já a projeção da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 6,40% para 6,43%.

No setor externo, a previsão de déficit em conta-corrente, o indicador que mede o desequilíbrio das contas externas, aumentou de US$ 82 bilhões, para US$ 83 bilhões. Quanto ao crescimento da economia, a projeção, que estava em 0,21%, teve leve redução, voltando a 0,2%. A previsão de queda da produção industrial está mantida em 2,3%.

A dívida líquida do setor público ficou estimada em 35,85%, do Produto Interno Bruto (PIB). Os investimentos estrangeiros diretos (IED) estimados deverão permanecer em US$ 60 bilhões.

Crescimento do PIB

Depois do suspiro da semana passada, as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2014 passaram de 0,21%, para 0,20%, no Relatório de Mercado Focus, divulgado ontem. Há um mês, a expectativa mediana para o crescimento do País era 0,27%. A perspectiva dos analistas de que haverá retomada da atividade no ano que vem foi mantida em 0,80%.

A produção industrial segue como o principal setor responsável pelas previsões para o PIB deste e do ano que vem. No boletim Focus, a mediana das estimativas do mercado para o setor manufatureiro revela uma expectativa de queda de 2,30% este ano - a mesma da semana passada. Há quatro semanas, estava em -2,24% Para 2015, o crescimento desse segmento deve ser de 1,30% ante 1,31% do levantamento anterior e de 1,42% de um mês atrás.

Selic deve fechar 2014 em 11,50%

Uma semana antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), o mercado manteve a estimativa de que a Selic subirá mais 0,25 ponto porcentual, em dezembro. Ainda de acordo com o Relatório de Mercado Focus, a mediana das previsões para a taxa básica de juros ao final do ano continuou em 11,50%, ao ano. A estabilidade das projeções ocorreu mesmo depois da sinalização do diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton, de que poderá aumentar o passo do aperto monetário.

Com isso, a Selic média deste ano também segue em 11,00%, ao ano. Há um mês, a taxa fechada para este ano estava em 11,00% na Focus. Para o final do ano que vem, a mediana das projeções seguiu em 12,00%, mesmo patamar da semana passada, porém, maior do que a taxa de 11,50%, projetada pelos participantes da pesquisa para o final de 2015, há quatro semanas. A Selic média de 2015 também segue em 11,97%, ao ano. Quatro semanas atrás era 11,69%.

Inflação

As projeções para a inflação deste ano, cada vez mais se consolidam perto do teto da meta de 6,50%, ultrapassando-o em alguns casos. Também conforme o Relatório de Mercado Focus, a mediana das estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 2014, passou de 6,40%, para 6,43%. Há um mês, a taxa estava em 6,45%. Para 2015, a mediana das previsões foi alterada de 6,40%, para 6,45%, ante 6,30% de quatro semanas atrás.

No caso das expectativas para a inflação suavizada 12 meses à frente, o ajuste foi de 6,44%, para 6,55% - há um mês, estava em 6,37%. No Top 5 de médio prazo, que é o grupo dos economistas que mais acertam as projeções, a previsão para o IPCA deste ano foi ampliada de 6,50% para 6,51%, também rompendo o teto da meta.

Um mês antes, estava em 6,49%. Para 2015, esse mesmo grupo reduziu a mediana das estimativas, que passou de 6,50%, para 6,40%. Para o curto prazo, mesmo com a boa nova do IPCA-15 deste mês, que veio abaixo das previsões feitas pelos analistas do mercado financeiro, a taxa para novembro se manteve em 0,60%. Já a de dezembro foi alterada de 0,69% para 0,73%.

 

Fonte: Jornal Diário do Nordeste