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Publicado em: 11/09/2015

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Banco Central descarta subir juros para tentar segurar moeda

No primeiro dia de tensão no mercado por causa da perda do grau de investimento, o Banco Central optou por intervir no mercado de câmbio para evitar uma disparada na cotação do dólar.

A avaliação de analistas é que a decisão sinalizou que, neste primeiro momento, o BC prefere atuar no mercado de câmbio em vez de indicar que pode vir a subir a taxa de juros para conter o preço da moeda norte-americana.

Com a economia em recessão, assessores presidenciais não acreditam que o BC venha a subir os juros para segurar o dólar. Por outro lado, saiu do cenário uma redução na taxa Selic no início do próximo ano, podendo ficar em 14,25% até o final de 2016.

Logo cedo, quando o dólar chegou a superar R$ 3,90, o BC decidiu anunciar a realização de dois leilões, no valor total de US$ 1,5 bilhão, de linhas de crédito, injetando dinheiro novo no mercado.

Segundo a Folha apurou, o presidente do BC, Alexandre Tombini, reuniu sua equipe na quarta-feira (09) à noite para avaliar o cenário depois que a Standard & Poor's retirou o grau de investimento do Brasil e definir um cardápio de ações.

Na abertura do mercado nesta quinta, diante de um dólar pressionado, a diretoria do banco decidiu optar, entre as medidas analisadas no dia anterior, pelo leilão de linha de crédito com compromisso de recompra em janeiro e abril do próximo ano.

O BC anunciou o leilão de empréstimo de dólares às 9h51, na primeira hora de negociação, quando a moeda chegou a subir quase 3%, para R$ 3,908.

Os dólares das reservas foram vendidos a R$ 3,8748 e serão recomprados em janeiro e abril do próximo ano. As cotações de recompra serão, respectivamente, de R$ 4,0144 e R$ 4,1214.

Esse tipo de operação não afeta o nível das reservas, pois o empréstimo é considerado como uma espécie de aplicação do dinheiro. Havia expectativa sobre um anúncio antecipado de outro leilão para esta sexta (11), mas o BC não havia divulgado nenhum comunicado até a conclusão desta edição.

1- Como é determinado o preço do dólar?

O dólar varia de acordo com a oferta e a procura. Quando muita gente quer comprar, o preço sobe, e vice-versa.

2 - Por que o dólar que eu compro é sempre maior que o comercial ou à vista?

Os câmbios comercial e à vista são usados em grandes transações. Para viagens e compras no cartão, vale o dólar turismo. O preço é livre e embute margem de 1,5% a 15% acima do comercial, além do IOF de 0,38% (notas) ou 6,38% (cartões).

3- O que o turista pode fazer?

Deve comprar moeda aos poucos para se proteger de variações bruscas, pesquisar preços e negociar o valor.

4- Quando comprar?

O dólar turismo costuma refletir o que ocorreu no dia anterior nos mercados comercial e à vista. Vale a pena fechar o câmbio no dia seguinte a uma baixa. Em dias de forte oscilação, a transmissão é imediata. Evite sequências de mais de quatro altas seguidas. Após um estresse, vem sempre um dia de baixa nos preços.

 

Fonte: Folha de S. Paulo