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Publicado em: 26/11/2012

BA: acusados de assassinar auditor fiscal vão a julgamento no dia 29 deste mês

26/11/2012

No próximo dia 29 de novembro, os acusados do assassinato do auditor Fiscal da Sefaz-BA, José Raimundo Aras, irão a júri popular. O auditor foi assassinado com seis tiros, em outubro de 1996, vítima da chamada Máfia do Açúcar, ao participar das fiscalizações que desvendaram um esquema de sonegação de ICMS na região Juazeiro-Petrolina.

O procurador federal Vladimir Aras, filho do auditor fiscal, comemora. “Sei que esta é apenas mais uma etapa do caso. Mas a hora da Justiça chegou. Será duro para mim e para meus irmãos esperar esse veredicto, que aguardamos ansiosamente há 16 anos. Meu pai não pode conhecer seus netos. Pelo menos, eles poderão conhecer a resposta da Justiça”, declara o procurador federal.

Aras espera que no julgamento das ações penais 581-17.1996.8.17.1130 e 070-19.1996.8.17.1130, propostas pelo Ministério Público de Pernambuco, todos os acusados sejam condenados por homicídio qualificado. “Meu pai era um homem de bem, um ser humano pacífico e íntegro. Se fosse corrupto estaria vivo. Resistiu a propostas indecorosas e não se intimidou diante das ameaças que sofreu”, fala.

O procurador ainda mostra preocupação com os auditores fiscais que estão na ativa nos dias atuais. “É lamentável que haja tantas ameaças e tantas mortes nesse campo. O rigor no trato da coisa público tem posto em risco vários profissionais do Fisco. É preciso que todos tenham condições de trabalho adequadas, para que não sofram ameaças de sonegadores ou para que não sejam mortos como aconteceu com meu pai. O julgamento deve ser exemplar, para que outros sonegadores não se encorajem. O exemplo da condenação com uma resposta equilibrada e proporcional do Poder Judiciário também servirá para reduzir os riscos dessa profissão”.

Os acusados do crime são Carlos Robério Vieira Pereira e os comerciantes Alcides Alves de Souza, Carlos Alberto Silva Campos e Francisco de Assis Lima, que o contrataram para cometer o crime. O caso está nas mãos do promotor de Justiça, Júlio Cesar Lira, e o julgamento será no Tribunal do júri da Comarca de Petrolina/PE.

 

Fonte: Febrafite