Analistas apontam Lava Jato e Trump como ‘fatores de risco’ para finanças
Apesar de a equação parecer de difícil solução, os analistas do mercado avaliam que, em linhas gerais, muito do que marcou as aplicações financeiras neste ano deve se repetir ou, ao menos, acontecer com menos sobressaltos
Do lado externo, novas pressões podem mexer com os mercados financeiros, mas a principal delas está nos Estados Unidos, agora sob o comando do republicano Donald Trump.
Apesar de a equação parecer de difícil solução, os analistas do mercado avaliam que, em linhas gerais, muito do que marcou as aplicações financeiras neste ano deve se repetir ou, ao menos, acontecer com menos sobressaltos.
Na Bolsa, a confirmação da estabilização ou retomada da economia e o avanço da reforma da Previdência devem garantir mais fôlego às ações. O tamanho da valorização varia de analista para analista. Os mais otimistas enxergam potencial para a Bolsa bater sua máxima histórica, aos 74 mil pontos, durante o segundo semestre.
“O mercado vai trabalhar muito com a discussão da reforma da Previdência, é um dos fatos mais relevantes para o ano que vem”, afirma Paulo Corchaki, diretor da área de Wealth Management do UBS.
Neste jogo de expectativas, nem mesmo a consolidação de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro mostre, na melhor das hipóteses, um crescimento ainda tímido, na casa de 1%, deve abalar a confiança dos investidores.
“Mesmo que seja alguma coisa entre zero e 1%, registrar crescimento é melhor do que uma recessão de mais de 3%”, completa Corchaki.
A renda fixa vai continuar como alternativa certeira para quem está em busca de rentabilidade com pouco risco.
“Fazendo tudo que precisa ser feito, o Brasil vai ter uma situação fiscal muito mais equilibrada, o que abriria espaço para quedas maiores de juros no longo prazo. Mas isso ainda é um caminho que vai demorar a se concretizar”, afirma Gilberto Abreu gerente de investimentos do banco Santander.
Parte dos analistas do mercado acredita que a taxa básica de juros da economia, a Selic - hoje em 13,75% -, deve recuar para a casa de um dígito já em 2017. No Santander, por exemplo, a projeção atual é que ela fique em 9,5% ao fim do ano que vem.
Qualquer que seja a estimativa, os títulos do Tesouro continuam a dominar todas as indicações. “No Tesouro, o investidor não tem perda monetária. As perdas estão associadas ao que se deixou de ganhar com aplicações que renderam mais”, explica Juliana Inhasz professora de Finanças do Insper.
Para quem estiver disposto a testar a renda variável, é a hora de olhar para os fundos multimercados, que mesclam renda fixa com apostas mais arrojadas, como ações, moedas e aplicações no exterior.
“O perfil mais conservador deve ter 5% em fundos multimercado”, diz Abreu.
Fonte: Diário do Nordeste