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Publicado em: 25/07/2014

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FOSFATO E URÂNIO - Usina de Itataia: obras previstas para 2016

Projeto completou dez anos e começa, enfim, a decolar. Produção em Santa Quitéria deve começar em 2018

Lançado há exatos dez anos, o Projeto Santa Quitéria, que prevê a instalação da usina de exploração de urânio e fosfato de Itataia, começa, enfim, a decolar. Em fase avançada de licenciamento ambiental e com audiências públicas marcadas para o segundo semestre deste ano, o chamado complexo mínero-industrial está com obras previstas para o início de 2016 e deve ser concluído em janeiro de 2018.

A informação é do presidente das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Aquilino Senra Martinez, que participou de audiência ontem, no Palácio da Abolição, com o governador Cid Gomes, e o presidente da Agência do Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Roberto Smith, para atualizar os mesmos sobre o andamento do projeto da usina.

Segundo Martinez, a maior parte dos gargalos enfrentados de 2004 para cá já foram superados, como o financiamento do projeto, que está orçado entre US$ 350 milhões e US$ 400 milhões. Conforme diz, "parte do investimento será obtido junto ao BNB (Banco do Nordeste) e o restante virá de recursos da Galvani, que instalará o empreendimento conosco". "Eu diria que, finalmente, estamos na fase derradeira das licenças, que começaram a ser feitas entre 2008 e 2009. Após isso, faremos o processo de engenharia e instalação das plantas necessárias para o processamento químico e separação do fosfato do urânio", pontua o presidente das INB.

Tecnologia necessária

Ainda de acordo com Aquilino Martinez, fora o financiamento, o projeto enfrentava vários problemas que impediam que o mesmo avançasse de forma concreta. Segundo ele, a própria tecnologia para separar o fosfato do urânio só terminou de ser testada no ano passado. "Há outras minas assim no mundo, mas não existe tecnologia para fazer essa separação. Nós desenvolvemos isso ao longo dos últimos quatro anos e posso dizer que é algo comprovado, com escala piloto com mais de mil horas de operação", conta. "Nós também tínhamos um problema para fazer o registro da patente deste processo, o que já foi solucionado no ano passado", complementa.

Fosfato é grande objetivo

Apesar de ter capacidade para gerar 1,6 mil toneladas de urânio por ano, o grande foco da usina de Itataia é o fosfato - matéria-prima de suma importância para a produção agrícola. "O Brasil importa 50% da sua demanda de fosfato, que é necessário para a produção de fertilizantes. Com esse complexo, poderemos reduzir esse valor para 40%, já que a capacidade de produção é de um milhão de toneladas por ano", observa Martinez.

O presidente das INB disse ainda acreditar que o projeto se torne prioritário para a próxima gestão, já que, "do ponto de vista social, é um empreendimento importantíssimo para a região, pois vai gerar 800 empregos diretos e 2,2 mil indiretos. A área é carente, tem demanda", fala.

 

Repórter: Áquila Leite

Fonte: Jornal Diário do Nordeste