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Publicado em: 28/10/2014

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SALÁRIOS DO FUNCIONALISMO - Servidores querem corrigir distorções

No Ceará, profissionais das três esferas de poder procuram mais diálogo para melhorar a qualidade do trabalho

Embora o feriado tenha sido antecipado para ontem, a data em alusão ao dia do servidor público, comemorada oficialmente hoje, traz consigo uma série de reivindicações da categoria na busca por mais valorização e melhores condições de trabalho. Para o Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal no Estado do Ceará (Sintsef), uma luta constante das entidades sindicais diz respeito ao aumento de verbas destinadas ao serviço público. Outra bandeira da campanha salarial de 2014 é a negociação coletiva de trabalho dos servidores.

Luis Carlos Macedo, coordenador geral do Sintsef e diretor da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), afirma que a Contsef elaborou, junto a outras entidades sindicais, um documento com onze pontos que resumem a pauta de reivindicação. Dentre os tópicos, o sindicato pede a definição de instrumentos de gestão para identificar e corrigir as distorções salariais ainda existentes e o avanço nos diálogos com os setores públicos.

"Antes das eleições do segundo turno entregamos essas demandas para os dois presidenciáveis. A negociação coletiva, um dos nossos principais eixos, já está no Congresso Nacional. A nossa pauta agora é continuar a política de substituição da mão de obra terceirizada", expõe Luis Carlos Macedo.

Sem avanços no Ceará

Os servidores públicos estaduais não veem grandes avanços para a categoria nos últimos anos. De acordo com Flávio Remo, coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Estadual do Ceará (Mova-se), já foram encaminhadas propostas ao governo estadual, como a questão da realização de concursos periódicos para diminuir a terceirização nos quadros e a correção do salário-base, com reajustes acima da inflação, somados a um ganho real, além da reestruturação de tabelas para os planos de cargos e carreiras.

"O Governo Estadual criou, por solicitação da representação dos servidores, uma mesa de negociação permanente. O problema é que essa mesa não tem autonomia para negociar, serve só para conversar sobre nossas necessidades. Se ajustamos alguma coisa em reunião, temos que esperar que esse negociante converse com outro secretário ou o governador. Esperamos que o governador eleito nos dê mais abertura e consigamos mais avanços", comenta Remo.

Insatisfação em Fortaleza

Já em Fortaleza, de acordo com Nascélia Silva, presidente do Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos do Município de Fortaleza (Sindifort), os trabalhadores do setor público do município não estão satisfeitos com a atual gestão da Prefeitura. "Nossa maior descontentamento é com o grande número de empresas terceirizadas contratadas pela Prefeitura, a falta de concurso público e o desrespeito e assédio moral recorrentes em vários órgãos do município", aponta Nascélia. A falta de comunicação com a prefeitura de Fortaleza é um dos maiores problemas diagnosticados por ela, com relação às demandas dos servidores públicos.

Segundo ela, no início do ano, foi instituído um sistema de negociação permanente, com uma mesa central e mesas setoriais. Entretanto, muitas categorias não tiveram, até hoje, suas mesas setoriais formadas e não houve uma continuidade para a mesa central pois, na opinião da presidente do Sindifort, ela existia da forma figurativa, já que a Prefeitura tomava decisões sem o conhecimento dos trabalhadores. "Já houve projetos sobre a nossa aposentadoria e sobre alteração de salário que chegaram à Câmara dos Vereadores sem que houvesse discussão. Por conta disso, em janeiro desse ano enviamos um ofício à Prefeitura pedindo para que os princípios da mesa central fossem cumpridos, caso contrário, não participaremos mais", contou.

Ranniery Melo - Repórter

Fonte: Diário do Nordeste