Pular para o conteúdo principal

Publicado em: 28/10/2014

Categoria

RESULTADO DA ELEIÇÃO - Mantega: população aprova a economia

Ainda segundo o ministro, com o fim do pleito, a volatilidade do mercado deve ir se acalmando

Brasília. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que está feliz com o resultado das eleições. Segundo ele, depois das eleições tudo fica mais fácil porque se tem o fim das disputas. Ele observou ainda que após o pleito há o fim da paixão e a volta da racionalidade. "Isso (o resultado das urnas) mostra que a população está aprovando a políticas que estamos praticando", disse.

O ministro argumentou ainda que as eleições provocam volatilidade nos mercados. "Hoje (ontem), todas as bolsas estão caindo. Vocês não vão me dizer que é pelo processo eleitoral no Brasil. Como está tendo queda de commodities no mundo, afeta as ações brasileiras. As eleições também afetam a bolsa. Causam volatilidade de todo tipo. Com o fim da eleição esse cenário tende a amainar", disse.

Segundo Mantega, a própria discussão econômica fica mais exacerbada durante a eleição. Ele observou ainda que os pessimistas ficam mais pessimistas e os otimistas, mais otimistas. "Terminada a eleição, esse cenário tende a se acalmar. Já há uma volta do otimismo da economia", disse.

Desafios

Mantega disse que o País tem grandes desafios pela frente, para poder entrar em um novo ciclo de expansão da economia brasileira e mundial. Segundo ele, o governo trabalha com cenário adverso. "Estamos trabalhando em cenário adverso, porque a economia mundial não retomou como queríamos", disse.

O ministro também falou em união dos diversos agentes econômicos, do governo e dos trabalhadores. "Vamos poder entrar em novo ciclo de crescimento em 2015 se todos os atores da economia estiverem mobilizados nessa direção", disse.

Otimismo

O ministro da Fazenda defendeu ainda que a economia brasileira está voltando a crescer e que o otimismo está retornando. "A economia está voltando a crescer no terceiro trimestre. Gradualmente, é verdade, mas a tendência é que a recuperação continue no terceiro e no quarto trimestres", disse.

Mantega apresentou números para argumentar que está aumentando o otimismo na economia brasileira. "O Datafolha da semana passada indicava que o brasileiro está ficando mais otimista com a economia. É uma pesquisa eleitoral. Em plena eleição foi detectada melhora do humor do brasileiro", afirmou.

Mantega ainda citou que a medida de expectativa do consumidor feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta alta de 1,3% de setembro ante agosto. "Tivemos também índice de confiança dos serviços, que de outubro em relação a setembro melhorou 1,2%. Sobre a indústria de transformação, o índice de confiança avançou 1,8%. Isso mostra que a confiança tende a voltar", defendeu.

"Um dado muito importante é a confiança do investidor externo, que subiu o tempo todo. Temos tido índice elevado de IED (Investimento Estrangeiro Direto). A conta financeira de janeiro até setembro é de US$ 78 bilhões de IED. Portanto, mostra que o investidor externo, que olha para médio e longo prazo, está otimista em relação ao Brasil. Não é declaração de opinião, é prática: eles estão colocando o dinheiro deles no Brasil", afirmou Guido Mantega.

Indústria deve ter medidas de estímulo

Brasília. Após a presidente Dilma sinalizar, em seu discurso da vitória, que pretende dar mais impulso à atividade econômica, em especial ao setor industrial, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Paulo Caffarelli, afirmou que haverá "várias" medidas de estímulo à indústria.

O secretário não deu detalhes de que medidas podem ser anunciadas. "Podemos esperar que a economia vai ficar cada vez melhor", disse.

A presidente Dilma já definiu que Mantega estará fora da pasta em seu segundo mandato e que haverá reformulação na equipe econômica. Mas está nas mãos do atual time fazer a transição e dar encaminhamento a questões importantes, como a alta inflação, o dólar em disparada, a meta pouco factível de superávit fiscal para o ano e de crescimento da produção.

Automóveis

A primeira reunião oficial da equipe econômica depois do resultado foi com o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea), Luiz Moan. Ele esteve com Caffarelli e apresentou dados de conjuntura. O setor, que representa um quarto da indústria brasileira, vive um ano difícil, com queda nas vendas e na produção. Moan defendeu mais estímulo ao mercado interno. "A riqueza do país provém do mercado interno. Todo estímulo ao mercado interno é muito bem vindo".

Fonte: Diário do Nordeste