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Publicado em: 10/12/2014

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ACIMA DO PREVISTO - Pecém já movimentou 7,6 mi de ton em 2014

Estimativa era que o Porto movimentasse 7,2 milhões de toneladas em mercadorias ao longo de todo o ano

O Porto do Pecém já movimentou, de janeiro a novembro, mais que o previsto para todo o ano de 2014. No total, foram 7,6 milhões de toneladas de mercadorias transportadas no período, ante uma estimativa de 7,2 milhões para os 12 meses. O volume também já supera em 20% toda a movimentação realizada no terminal portuário em 2013, que já havia sido recorde, com 6,3 milhões de toneladas.

Os dados foram informados ontem pela Cearáportos, administradora do Porto do Pecém. O diretor de Desenvolvimento Comercial da empresa, Francisco Oliveira, reforça, inclusive, que o porto alcança um novo recorde e que, junto a isso, os investimentos que vêm sendo feitos na ampliação do terminal têm chamado a atenção de novos armadores, que passam a se interessar em operar no porto cearense. "E os que já operam estão pensando em ampliar o número de frequências", destaca.

Ascensão

O terminal portuário do Pecém vem em crescimento anual constante nos últimos seis anos, saindo de 1,9 milhão de toneladas, em 2009, para 7,6 milhões até novembro do corrente ano.

Em 2014, aliás, os granéis sólidos movimentaram 3,2 milhões de toneladas. Em contêineres, foi mais 1,8 milhão de toneladas. Os granéis líquidos, no período, somaram 1,5 milhão e as cargas soltas contabilizaram mais 920 mil. Do total de 7,2 milhões de toneladas movimentadas, seis milhões foram com importações e 1,5 milhão com exportações, sendo 6,4 milhões no transporte de longo curso e 1,1 milhão no de cabotagem.

O diretor da Cearáportos destaca quatro fatores que contribuíram fortemente para o bom desempenho do porto ao longo do ano. Um deles foi a maior importação de carvão mineral. "Por conta da seca, a termelétrica, que é movida a carvão mineral, funcionou a todo vapor", explica Francisco Oliveira.

Outro fator foi a maior exportação de combustível, por meio de operações de transbordo da Petrobras - quando se chega com um navio de maior porte e distribui a carga para embarcações menores -, que exportou, por meio desta modalidade, querosene de aviação e óleo diesel, principalmente.

O diretor da Cearáportos citou também a importação de clínquer e escoria, utilizados na produção de cimento. De acordo com a Secretaria do Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Indústria, Comércio e Desenvolvimento, o porto do Pecém permanece na liderança nas importações de clínquer, com participação de 35% entre todos os portos brasileiros, seguido do porto de Bacarena (15%), no Pará, e do Mucuripe (10%), em Fortaleza. A importação de bobinas de aço, que são utilizadas fortemente na construção civil, também tiveram impacto significativo na ampliação da movimentação do terminal, cita Francisco Oliveira.

Frutas

Até novembro, o Porto do Pecém perdia a liderança nas exportações de frutas no Brasil, com 24 de participação - percentual abaixo dos 28% registrados pelo terminal de Parnamirim, no Rio Grande do Norte. De acordo com Oliveira, a seca influenciou a redução da produção cearense de fruticultura, impactando nesse desempenho, mas acredita que, ao longo de dezembro, o Pecém possa ultrapassar o vizinho potiguar.

As frutas mais movimentadas foram o melão (73 mil toneladas), manga (31 mil) e melancia com (13 mil). A maior parte delas (47%) teve origem no Rio Grande do Norte. O Ceará respondeu por 29% deste volume, seguido da Bahia (14%) e Pernambuco (9%). O principal destino no transporte das frutas foi a Holanda, com 38% do total, seguindo-se pela Grã-Bretanha (26%), Estados Unidos (19%) e Espanha (9%).

Já por influência das obras de instalação da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), o Pecém ficou em segunda colocação nas importações de produtos siderúrgicos, com 21% de participação. À frente, somente o porto de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, com 31% de representatividade.

Agenda estratégica

O Conselho de Altos Estudos e Assuntos Estratégicos da Assembleia Legislativa irá lançar hoje, em sessão plenária, a Agenda Estratégica para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp). A publicação, que fecha uma trilogia de documentos, reúne o esforço de 144 representantes de 67 instituições públicas e privadas que se envolveram no projeto do Pacto pelo Pecém.

O lançamento ocorrerá às 10h no Plenário 13 de Maio, com apresentação do deputado Lula Morais (PCdoB), presidente do conselho. A agenda estratégica tem como objetivo apresentar que ações podem e devem ser tomadas para enfrentar os principais desafios existentes no Cipp, segundo apontamentos feitos pelas instituições que participam do Pacto.

Foram postos sete desafios a serem superados, que são: ações nas áreas de uma gestão ambiental integrada e participativa; políticas sociais voltadas para a população da área; implantação e complementação de uma infraestrutura básica; políticas de atração, fixação e fortalecimento de cadeias produtivas; ajuste do descompasso entre oferta e demanda de mão de obra, bens e serviços; integração do planejamento dos municípios de São Gonçalo do Amarante e Caucaia; e o aperfeiçoamento do sistema de gestão com capacidade para desenvolver uma gestão compartilhada.

O Pacto pelo Pecém foi lançado em maio do ano de 2012. Desde então, foram lançados dois documentos: "Pacto pelo Pecém - Iniciando o diálogo" e o "Cenário Atual do Complexo Industrial e Portuário do Pecém", este último, lançado em maio passado.

Sérgio de Sousa - Repórter

Fonte: Diário do Nordeste