AJUSTE - Governador promete "reduzir a máquina"
O governador Camilo Santana afirmou em entrevista que sempre há "gorduras" que se pode cortar. O dinheiro poupado deve ser usado em saúde e recursos hídricos. Tamanho do corte a ser realizado será conhecido amanhã.
O governador Camilo Santana (PT) afirmou ontem, em entrevista no CETV 1ª edição, da TV Verdes Mares,que pretende “reduzir despesas de custeio” para, segundo o petista, “diminuir a máquina pública”. Camilo afirma que pretende “corrigir, cortar algumas gorduras que sempre existem, para que a gente possa melhorar ainda mais o uso da máquina pública”, destacando, entretanto, que teria recebido as finanças estaduais no azul, “o que é uma coisa muito positiva”.
De acordo com o petista, o dinheiro a ser economizado será destinado a investimentos em áreas como saúde e recursos hídricos, que ele declara serem prioridades do início da gestão. Segundo a assessoria do governo, os valores do corte serão divulgados após a primeira reunião do secretariado da nova gestão, a ser realizada amanhã.
Ainda ontem, o governador se reuniu com membros do Comitê de Gestão por Resultados e Gestão Fiscal (Cogerf) para discutir as receitas e despesas do Ceará.
Além de Camilo Santana, participaram da reunião a vice-governadora Izolda Cela (Pros) e os secretários Élcio Batista (Chefia de gabinete), Danilo Serpa (Relações Institucionais), Mauro Filho (Fazenda), Alexandre Landim (Casa Civil) e Hugo Figueredo (Planejamento), além de Carlos Eduardo Sobreira, secretário-adjunto de Planejamento que foi membro da equipe de transição.
Aperto
Desde que foi eleito, Camilo vem anunciando o aperto nas contas do Estado. Ele diz que, apesar de um cenário estadual favorável, preocupar-se com os cenários nacional e internacional, não tão favoráveis, na avaliação do petista.
O coordenador do programa de governo e da equipe de transição, além de pai do governador, Eudoro Santana também deu declarações em sentido semelhante. Em seminário para consolidação da propostas do então governador eleito, ele declarou que o Estado havia alcançado, no governo que se encerrava, um pico de investimentos. Agora, começariam a surgir os custos para a manutenção das obras construídas. “Para botar todos esses equipamentos para funcionar, o Estado vai ter custeio elevadíssimo, e aí vai precisar de dinheiro”, afirmou Eudoro.
A recomendação de contenção de gastos tem o aval do principal fiador da eleição de Camilo, seu antecessor e atual Ministro da Educação Cid Gomes (Pros). De acordo com ele, a contenção era necessária para que o governo pudesse acumular divisas para reiniciar o investimento. Entretanto, Cid destacou, em entrevista dada no dia 7 de novembro, que o Ceará terminava seu governo menos endividado do que começava. “Talvez nós sejamos o quinto ou sexto Estado menos endividado do Brasil”, disse. Ele afirmou que o Ceará tinha comprometido com pagamento de dívidas cerca de metade da receita corrente líquida do Estado. “Ao longo desses anos, nós mais pagamos dívidas do que contraímos novos financiamentos”, declarou.
Números
49% seria a relação da dívida do Estado com a Receita Corrente Líquida
Serviço
Reunião do secretariado
Quando: amanhã, 7/jan, às 9h
Onde: Palácio da Abolição: Av. Barão de Studart, 505 - Meireles