Pular para o conteúdo principal

Publicado em: 23/01/2015

Categoria

Receita nominal sobe 9,1% no Ceará em novembro, diz IBGE

O setor de serviços, o de maior peso na economia, registrou um desempenho de 9,1% no Estado do Ceará, que aparece com o segundo melhor resultado de novembro de 2014, no País. No Nordeste, o Estado também aparece com a segunda maior variação, ficando atrás, apenas, da Bahia (16,3%), em ambos os casos. O resultado de novembro, em comparação com igual mês de 2013, aponta desempenho favorável de 7,6%, sendo igual resultado verificado no índice acumulado, entre janeiro e novembro 2014. Os dados foram divulgados, ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ainda por regiões, a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) mostra que as menores taxas positivas de crescimento foram registradas em Pernambuco e Mato Grosso do Sul (ambas com 0,8%), Goiás (1,1%) e Pará (1,3%). Já os estados do Amapá (6,3%), Roraima (4,7%), Sergipe (4,5%) e Mato Grosso (1,2%) apresentaram variações negativas.

A média nacional, por outro lado, registrou um desempenho mais fraco em 2014, com crescimento de 6,4%, no acumulado em 12 meses até novembro. Para o igual período de 2013, o índice era maior: 8,5%. Já no acumulado do ano, de janeiro a novembro, a taxa ficou positiva em 6,2%. No entanto, o resultado de novembro, apesar de positivo, com alta de 3,7% frente a igual mês de 2013, apresentou o menor nível desde 2012 – mostrando, também, que o setor pisou no freio e cresceu menos em outubro (expansão de 5,2%). No ano, o resultado mensal registra a nona queda seguida.

INFLAÇÃO

Todos os números não consideram a evolução da inflação e se referem, portanto, ao faturamento nominal do setor de serviços. Esse fato dificulta a análise, pois não se sabe o real ritmo de crescimento do setor, desconto o efeito da variação dos preços sobre o faturamento das empresas.

Porém, o desempenho do setor de serviços, sobretudo os destinados às famílias, tem sido afetado neste ano pela inflação elevada. Os preços dos serviços ao consumidor sobem a um ritmo em torno de 8% em 12 meses diante da menor concorrência em alguns ramos e do rendimento, que ainda está em expansão - embora dê sinais de arrefecimento.

SEGMENTOS

Em novembro, contribuíram para a desaceleração dos serviços na comparação com outubro os ramos de serviços de informação e comunicação, com alta de apenas 1% – já que a atividade tem um peso de 35,7% na composição do índice –, e alguns segmentos do grupo transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, cujo peso é de 35,1% na pesquisa. Dentre eles, estão transporte aéreo (alta de 2,2%) e armazenagem (2,8%). Os serviços de informação e comunicação, combinado com a taxa de 6,6% registrada nos serviços profissionais, administrativos e complementares foram os fatores que mais contribuíram para que o resultado do mês de novembro se situasse em um patamar inferior ao de outubro e no menor patamar da série iniciada em janeiro de 2012.

Já no acumulado em 12 meses até novembro, os desempenhos mais tímidos ficaram com serviços de comunicação e informação (expansão de 4%) e transportes (6,9%), com destaque, nesse caso, para transporte terrestre (5%). Os resultados mais expressivos, nessa base de comparação, foram registrados pelos grupos de serviços prestados às famílias, que inclui alimentação, turismo, hospedagem e outros. O segmentou avançou 9,2% em 12 meses. Também cresceram acima da média os serviços profissionais, administrativos e complementares, com alta de 8,1%. A categoria engloba consultorias e terceirização de mão de obra. Alguns ramos do transporte tiveram destaque, como o aéreo (alta de 9,5%).

Por sua vez, os serviços prestados às famílias registraram uma variação de 4,4% em novembro sobre igual mês do ano anterior, inferior às taxas de outubro (6,8%) e setembro (7,7%). Os serviços de alojamento e alimentação apresentaram crescimento de 4,7% e outros serviços prestados às famílias, 2,4%. Já o segmento outros serviços apresentou taxa de crescimento nominal de 6,4%, inferior às taxas de outubro (11,4%) e de setembro (9%).

O IBGE promete, para este ano, apresentar os dados do setor de serviços considerando a evolução da inflação e também realizar comparações com o mês anterior – o que não é possível porque a série histórica é curta e impede que se estabeleça um padrão de comportamento do setor ao longo dos diferentes meses do ano.

Perdas no setor começam a refletir no mercado de trabalho

Deflacionada pela inflação dos serviços, a receita real caiu 4,6% e pelo nono mês seguido, e 2014 deverá registrar queda superior a 2,5%, segundo estimativa da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Utilizando-se o IPCA de serviços dos últimos doze meses, encerrados em novembro (8,3%) – como deflator da receita nominal do setor –, a nona retração consecutiva no faturamento real (4,6%), o resultado na série histórica da PMS deflacionada teve seu pior resultado desde 2012, quando as receitas nominal e real registraram avanços de 10% e 1,5%, respectivamente.

No ano seguinte, o crescimento real da receita foi de 0%, diante de uma expansão de 8,5% na receita nominal. Segundo estimativas da CNC, em virtude da nítida desaceleração das atividades pesquisadas, 2014 deverá apurar queda superior a 2,5% ante o ano anterior. “A perda de fôlego no setor de serviços já começa a provocar reflexos no mercado de trabalho. Atualmente responsável por 42% da força de trabalho formal do País, o ritmo de criação de vagas, ao longo de 2014 (488 mil nos 12 meses encerrados em novembro), mostrou-se significativamente menor que no ano anterior (562 mil)”, destacou a entidade, em nota.

Ainda conforme a confederação, o setor de serviços respondeu por 46% dos postos de trabalho criados desde 2008. Considerando-se a evolução do emprego apenas nos serviços cobertos pela PMS, a população ocupada avançou 1,0% nos 12 meses encerrados em novembro de 2014. Em todo o ano de 2013, houve avanço de 3,4%.

Fonte: O Estado do Ceará