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Publicado em: 04/02/2015

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AÇÕES DISPARAM 15% - Dilma acerta saída de Graça Foster da Petrobras e ações disparam 15%

Mercado reage positivamente e ações da empresa têm maior alta diária desde 1998

A presidente Dilma Rousseff acertou com Graça Foster cronograma de saída de toda a diretoria da Petrobras, que se manterá no posto até o final deste mês. As duas combinaram que a executiva se dedicará nos próximos dias a chegar a um número crível de prejuízo devido à corrupção na companhia. O mercado especula três nomes para sucessão: Henrique Meireles (ex-presidente do Banco Central), Rodolfo Landim (ex-OGX) e Roger Agnelli (ex-Vale).

Em meio a rumores sobre a substituição – que fizeram as ações da Petrobras dispararem 15% - Dilma e Graça se reuniram por cerca de três horas. A dirigente da estatal chegou ao Palácio do Planalto assim que Dilma retornou da viagem a Campo Grande (MS), por volta das 14h30min, saindo pouco depois das 17h, quando seguiu para o aeroporto de Brasília. À imprensa, disse que não poderia fazer comentários sobre o encontro, pois isso teria impacto no mercado financeiro.

Ações

As informações, mesmo sem confirmação, causaram subida vertiginosa nas ações da empresa ao longo do dia. Os papeis preferenciais fecharam o pregão com alta de 15,47%, chegando a R$ 10, maior valorização diária desde 1998. As ações ordinárias tiveram alta de 14,23%, para R$ 9,79 - maior alta diária desde 6 de março de 2013. Com esse desempenho, a empresa recuperou R$ 17 bilhões em valor de mercado, depois de perder R$ 150 bilhões em quatro meses.

Puxado pela empresa, o Índice Bovespa fechou em alta de 2,76%, para 48.963 pontos. O volume financeiro negociado no pregão foi de R$ 7,3 bilhões, acima da média diária negociada no ano, que é de R$ 6,314 bilhões, até o dia 2 de fevereiro. Das 68 ações, 51 subiram, 16 caíam e uma se manteve inalterada.

As informações sobre a saída de Graça ofuscaram o rebaixamento de nota da estatal pela agência de classificação de risco Fitch, anunciada na tarde de ontem. A agência citou a “crescente e prolongada incerteza” em relação à habilidade de a empresa estimar as perdas decorrentes de corrupção. O rebaixamento, segundo a Fitch, afeta diretamente cerca de US$ 50 bilhões em dívida emitida pela empresa. Foram rebaixados de BBB para BBB -, o último degrau considerado grau de investimento, espécie de selo de bom pagador para sua dívida.

Para Luis Gustavo Pereira, estrategista da Guide Investimentos, a saída de Graça abre caminho para uma reestruturação na Petrobras. “Há uma expectativa de reestruturação, que deve passar pela mudança de gestação e pela nomeação de executivos menos ligados ao governo e mais associados ao mercado, o que traz um fôlego novo às ações da estatal”, diz.

“A saída de Graça Foster representa um choque de credibilidade e também uma sinalização de que a empresa assumirá uma nova fase”, opina Adriano Moreno, presidente da corretora AZ FuturaInvest.

Versões

Uma das versões para a saída de Graça é de que ela mesma entregou o cargo. E que a mudança de comando só não foi feita imediatamente por não haver definição sobre um sucessor. Fontes do Governo afirmam que Dilma procura um nome de mercado e já testado para presidir a Petrobras. (com agências)

NÚMEROS

18,10 por cento foi o recorde de alta das ações da Petrobras, em 1998

SERVIÇO

Confira a cotação das ações da Petrobras

Site da BM&FBovespa: http://bit.ly/1zz3Dyu

NOMES COTADOS

Henrique Meirelles - O ex-presidente do Banco Central parece uma carta coringa para crises. Também foi cotado para assumir o Ministério da Fazenda. Não é do ramo de petróleo, mas considera-se que tem o perfil gestor para a função.

Rodolfo Landim - Ex-parceiro de Eike Batista na OGX, é agora desafeto do empresário. Tem passagens pela Eletrobras e BR Distribuidora. Com mais de 30 anos no setor de óleo e gás, é nome conhecido e respeitado.

Roger Agnelli - Esteve no comando da Companhia Vale por 10 anos. É amigo e muito próximo do ex-presidente Lula. Mas Dilma Rousseff não é tão afeita a ele e talvez não queira “engoli-lo”, como fez com Levy.

 

Fonte: Jornal O Povo