REFINARIA NO CEARÁ - Camilo: novos investidores buscam o Estado
Além dos ingleses, o governador afirmou que outros interessados estrangeiros estão de olho na refinaria
Depois da notícia de que investidores ingleses estariam interessados em instalar uma refinaria no Ceará, o Governo do Estado passou a receber contato de várias outras empresas internacionais que também estariam de olho no empreendimento. É o que afirmou o governador Camilo Santana, que disse que a meta é trazer uma unidade de refino ao Ceará, seja através da iniciativa privada, seja através da Petrobras. Ele reforçou que ainda irá brigar pelo projeto da estatal.
Camilo lembrou que o governo estadual, na gestão anterior, chegou a entrar em contato com investidores que cogitavam se unir à Petrobras numa parceria para a instalação da Premium II, que é o que a estatal vinha buscando à época.
"O próprio Estado do Ceará se colocou à disposição para ser parceiro da Petrobras nesse investimento. Nós vamos agora retomar novamente esses contatos, que se teve anteriormente, e vamos também receber, ouvir, conversar com novos".
O chefe do executivo estadual reforçou, contudo, que é importante que, nessa negociação de um possível projeto no Ceará tocado por investidores estrangeiros, haja a participação da petrolífera brasileira.
"A Petrobras é o grande comprador do refino que é distribuído no Brasil. Hoje, nós importamos refino, o petróleo tá sendo refinado fora do Brasil para atender ao mercado interno. E, na época que a Petrobras tomou a decisão de fazer a refinaria no Ceará, o próprio relatório dela colocou que aqui era ideal e estratégico, pela localização do Estado, ter uma refinaria", defendeu Camilo.
Condições
Segundo ele, além da citada localização geográfica, o Ceará possui as condições de infraestrutura, feitas pelo próprio governo estadual. "Nós temos as condições ideais. Seja pelos investidores externos ou seja pela Petrobras, vamos continuar a nossa luta e persistir pela realização desse projeto", declarou o governador do Estado.
Camilo reforçou que já conversou pessoalmente sobre o assunto com o ministro-chefe da Casa Civil, Aluizio Mercadante, e, por telefone, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com a presidenta Dilma Rousseff, contudo, o governador ainda não conseguiu agenda.
"Vamos buscar alternativas, não vamos ficar pensando só na Petrobras. Vamos aí fazendo alguns contatos com investidores estrangeiros, mas eu estou aguardando essa conversa pessoalmente com a presidenta Dilma pra que a gente possa definir alguns rumos para o futuro da refinaria aqui no Ceará. Eu sou muito otimista e não vamos desistir desse sonho, desse projeto", disse.
Petrobras
Enquanto isso, o novo presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, reiterou a decisão da empresa em desistir das refinarias Premium I e II e afirmou que a estatal deverá reduzir investimentos, por já os ter feito de forma massiva nos anos anteriores. O novo presidente da estatal também reforçou que tem o aval do Planalto: "a presidente Dilma me deu autonomia para agir".
As declarações de Bendine foram feitas ao jornal Valor Econômico. Ele defendeu que a Petrobras deve focar seus investimentos principalmente nas áreas de exploração e produção de petróleo. Quanto aos projetos de refinaria no Ceará e no Maranhão, foi categórico: "nesse tipo de ativo vamos desinvestir".
Caixa
De acordo com o presidente da Petrobras, a capacidade de execução dos investimentos estará atrelada ao caixa da estatal brasileira. Este será o norte para a revisão do plano de negócios que fará da companhia para este e próximos anos. "(O corte) não vai ser algo drástico porque a Petrobras teve um plano massivo de investimento nos últimos anos, inclusive, já começou a capturar os resultados desses investimentos. Agora, ela não tem uma necessidade tão forte de investimento como a que vinha realizando", afirmou Aldemir Bendine ao periódico.
Sérgio de Sousa - Repórter
Fonte: Diário do Nordeste