PARA LEVY - 'Economia deve entrar no eixo'
Protagonista nas mudanças do governo, Ministro da Fazenda diz que 'País não vai parar com menos subsídios'
Brasília. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, já iniciou sua cruzada para ver aprovado pelo Congresso Nacional o plano que representa uma guinada na política fiscal, com corte de subsídios, redução de incentivos e recalibragem de benefícios previdenciários e trabalhistas. A forma que escolheu para convencer parlamentares e a população em geral é a mais direta possível: garantir a retomada do emprego e evitar a tendência atual de estagnação no País.
"A diminuição de subsídios e incentivos fiscais não vai fazer o País parar. Dada a arrecadação atual e o resultado primário de 2014, levar os gastos discricionários aos níveis de 2013, que foi um ano até certo ponto expansionista, pode ser um caminho bastante seguro. A gente não está vivendo uma crise em que a economia só possa sobreviver com doses crescentes de amparo", afirma. Em entrevista por e-mail, o ministro da Fazenda acena com o aprimoramento das medidas.
"O Congresso votar as medidas fiscais é importante para que decisões que vão levar ao crescimento do emprego comecem a ser tomadas logo. Temos de sinalizar mudanças rapidamente, para dar tempo de reverter, ainda este ano, a tendência de estagnação", afirma.
Ele defende abertamente ajustes e governança "amarrada" no Fies e Pronatec, programas de incentivo à educação que envolvem "bilhões" de reais. "A economia vai entrar no eixo, mesmo que no curto prazo pareça difícil", prevê.
Sem ameaça à meta
Perguntado se vê ameaça à meta fiscal de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB), o secretário da Fazenda foi categórico: "não vejo ameaça". "Em 2014, o emprego desacelerou fortemente. Ficou claro que insistir nas políticas anticíclicas não estava dando certo. A incerteza fiscal começou a minar a vontade de investir e isso tinha de mudar. Estamos respondendo a essa realidade", completou.
Agências de rating
Sobre a vinda de agências de rating ao Brasil enquanto o País vive escândalos como o da Petrobras e o risco de racionamento, Levy disse não ter medo que a nota brasileira seja rebaixada e falou: "não vejo por que pensar diferente, que o Brasil tem de ter por prioridade melhorar a nota da dívida pública".
"Não há motivos para rebaixamentos", reforça o chefe do Ministério da Fazenda.
Fonte: Diário do Nordeste