COOPERCON-CE - Pecém: renasce sonho da fábrica de elevadores

Ideia é atrair empresa espanhola para construir elevador para o programa Minha Casa, Minha Vida

Sevilha (Espanha). Renasceu na Andaluzia o sonho da Cooperativa da Construção Civil do Ceará (Coopercon) de instalar no Complexo do Pecém uma fábrica de elevadores. Ontem, a missão da Coopercon, que visita a Espanha, ouviu dos executivos da multinacional espanhola MP Elevadores a informação de que está pronta para atender às demandas técnicas dos construtores brasileiros que desejam um ascensor de quatro paradas, com alta qualidade tecnológica e preço competitivo para projetos do Minha Casa, Minha Vida.

"Sim, podemos fazer esse elevador", disseram José Luiz Rodrigues, diretor da MP para as Américas, e Hani Saliba, diretor da Unidade Estratégica de Negócio e Distribuição da empresa. Eles entusiasmaram ainda mais os diretores da Coopercon ao garantirem que também podem fabricar um tipo de cabine para edifícios de até 24 pisos ou mais para uso durante o último ano da construção. Se isso é possível, a MP tem já à sua disposição todo o mercado brasileiro da construção civil, que até hoje busca, sem sucesso, uma solução para essa carência, responderam os empresários cearenses.

Os empresários e engenheiros Marcos Novaes, presidente, e Marcelo Romero, diretor da Coopercon, passaram todo o dia de ontem em visita às fábricas da MP Elevadores nesta cidade da região de Andaluzia. E ficaram muito bem impressionados com o processo de fabricação - baseado no método "just in time" da Toyota - e com a linha de produtos, que, além dos elevadores para pequenos e grandes edifícios, inclui também elevadores para torres eólicas e escadas rolantes.

Processo

Na fábrica de componentes, no bairro de Alcalá, onde está também a unidade de pintura, são projetados e produzidos os motores, as portas, os parafusos e outros itens de um elevador.

Uma máquina italiana corta milimetricamente a chapa de aço da coluna de botoeiras, abrindo nela espaços nos quais são inseridos os botões do elevador. Anualmente, a MP fabrica e vende seis mil elevadores de diferentes modelos, 90% dos quais são exportados para a Europa, as Américas e a África.

Na fábrica de eletrônicos da MP, no bairro de Navisa, são projetados e fabricados os quadros de comando, os botões e os demais itens de automatização da cabine do elevador. Ontem, a missão da Coopercon presenciou o treinamento de 23 técnicos da empresa, que estão sendo atualizados sobre a última tecnologia de elevadores.

'Ótimas chances'

Da missão empresarial cearense faz parte Yuji Oiwa, sócio e diretor para o Brasil da MP Elevadores, com quem a diretoria da Coopercon vem conversando sobre o projeto de instalar no Pecém uma fábrica de elevadores especialmente projetados para o programa Minha Casa, Minha Vida. Oiwa disse ao Diário do Nordeste que "são ótimas" as chances de dar certo o projeto da Coopercon de implantar no Pecém uma fábrica de elevadores, "pois as exigências técnicas da cooperativa, voltadas exclusivamente para o programa - desde a concepção do elevador, com suas cinco paradas, até seu alto nível tecnológico com preço competitivo - são absolutamente viáveis".

Marcos Novaes, por sua vez, disse aos espanhóis que sua cooperativa tem todo o interesse de associar-se à MP no projeto de instalação de uma fábrica de elevadores no Pecém. "Estamos pensando, hoje, no Minha Casa, Minha Vida, mas também enxergamos uma possibilidade ainda maior de sermos parceiros no mercado nacional da construção civil", acentuou.

A ideia de Novaes é a criação de um elevador com duas cabines para edifícios residenciais ou comerciais com até 22 pisos ou mais: uma cabine provisória, com paredes de baixo custo, para uso pelas construtoras durante o último ano de construção, e outra, definitiva, para ser utilizada após o fim da obra. "Isso é perfeitamente possível", responderam ao mesmo tempo os diretores da MP Elevadores.

Hoje, a missão da Coopercon terá reunião com os sócios do grupo MP Elevadores.

Egídio Serpa* - Colunista

*O colunista viajou a convite da Coopercon-CE

Fonte: Diário do Nordeste