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Publicado em: 12/08/2015

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CEARÁ CONTEMPLADO - Dilma lança programa energético de R$ 186 bi

Ceará será beneficiado este ano em pelo menos dois leilões, em outubro e dezembro, para contratação de linhas de transmissão ligando Sobral-Acaraú, projeto no valor de R$ 160 milhões

O Programa de Investimentos em Energia Elétrica (PIEE), lançado ontem pelo Governo Federal, prevê investimentos de R$ 186 bilhões em geração e transmissão até 2018, com a maior parte, R$ 105 bilhões, para ser desembolsada após esse prazo. Serão contratados nesse período, por meio de leilões, R$ 116 bilhões em obras de geração e R$ 70 bilhões em linhas de transmissão para fornecer mais energia aos brasileiros a preços competitivos com o mercado internacional. O Ceará é um dos estados beneficiados com linhas de transmissão incluídas em leilões em outubro e dezembro deste ano.

Além disso, o Estado também tem projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), usinas eólicas e solares fotovoltaicas. No leilão de outubro, para contratação em transmissão, o lote G, que interliga Sobral e Acaraú, servirá para escoamento de geração eólica.

O investimento nessa linha é estimado em R$ 160 milhões. O leilão de dezembro vai contratar linhas de transmissão para reforços na rede do Maranhão, Piauí e Ceará. Entre os projetos cearenses estão Pecém II, Acaraú III e Tianguá.

Fontes renováveis

O plano dá grande destaque às fontes renováveis, como eólicas, solares e biomassa, que devem responder por entre 10 mil e 14 mil megawatts (MW) a serem contratados até 2018, mas mantém no radar os projetos de hidrelétricas, principalmente na Amazônia.

Na opinião do professor do Departamento de Engenharia Elétrica Universidade Federal do Ceará (UFC), Tomaz Nunes Cavalcante Neto, investimentos em um setor tão estratégico é sempre uma ação que merece todo apoio. “O setor vinha se ressentindo de obras de infraestrutura há bastante tempo, principalmente em linhas de transmissão de energia”, comenta.

O consultor de energia da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Jurandir Picanço, diz que a quase totalidade dos investimentos são privados resultantes de leilões de energia e de linhas de transmissão, já previstos no Plano Decenal de Expansão de Energia 2023 (PDE 2023), que prevê investimentos de R$ 1,3 trilhões.

Ele observa que sistematicamente o governo divulga que a crise de energia é consequência exclusiva do ciclo hidrológico desfavorável sem se referir a obras atrasadas. “Em dezembro de 2014 haviam 272 obras atrasadas”.

Para o presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Melo, a participação da energia eólica está crescendo de maneira virtuosa. “O Brasil deve aproveitar seus recursos limpos, renováveis, competitivos e que ainda geram emprego e renda para a população”, conclui.

 

Fonte: Jornal O Povo