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Publicado em: 13/08/2015

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CRISE NO RS - Camilo diz que estados não podem ser prejudicados por crise no RS

O governador do Ceará disse ontem, ao sair de reunião na Fazenda, em busca de recursos, que os demais não podem ser punidos porque um determinado Estado não fez o dever de casa ou não cumpriu o dever fiscal

O governador do Ceará, Camilo Santana, que participou ontem em Brasília de reunião com integrantes do Ministério da Fazenda, para cobrar a liberação de empréstimos para projetos do Estado, afirmou que a situação do Rio Grande do Sul não deve pesar nas decisões de liberações de crédito do governo federal. “Um Estado não pode se prejudicado porque um determinado Estado não fez o dever de casa ou não cumpriu seu dever fiscal. Os Estados não podem pagar por isso”, disse o governador, que classificou a situação fiscal do Ceará como “muito boa”.

A referência de Camilo deve-se ao fato do Rio Grande do Sul estar com o repasse de recursos federais suspensos por dívidas não quitadas com a União. O governador do Rio Grande do Sul, Ivo Sartori (PMDB), também esteve no Ministério da Fazenda e negou que tenha dado um calote e afirmou que Estado espera “compreensão” e “solidariedade ativa” diante da situação de suas finanças. Segundo Sartori, dentro de dez ou 15 dias haverá uma reunião entre técnicos do Estado e do Tesouro para tentar avançar em uma saída para o impasse no Estado.

Na terça-feira, o Tesouro informou que, como o Rio Grande do Sul não pagou à União parcela da sua dívida vencida em julho, o governo federal bloqueou as contas do governo gaúcho e executou garantias previstas em contrato para recuperar o valor em atraso. Segundo informações do governo do Rio Grande do Sul, o dinheiro do Estado nas contas do Banrisul foi bloqueado para o pagamento de uma parcela da dívida com a União no valor de R$ 280 milhões que deveria ter sido paga em julho.

Como o Estado não tem esse dinheiro em caixa, todas as próximas receitas serão sacadas pela União até o quitamento da parcela devida. “Ninguém deu calote, nós apenas não cumprimos uma parte”, afirmou Sartori a jornalistas ao deixar o ministério.

Ele não esclareceu como o Estado pretende agir em relação aos próximos vencimentos da dívida, mas afirmou que pretende manter um “diálogo permanente” sobre as finanças do seu governo. Sartori disse ainda que a decisão de atrasar o pagamento da dívida com a União para pagar salário em atraso dos servidores do Estado não foi política. “Quanto ao futuro, o que posso dizer é que os servidores foram pagos.”

 

Fonte: Jornal O Povo