FAZENDA - Fala de Mauro Filho sobre salários preocupa servidores
A afirmação do secretário de que o Estado tem recursos para garantir salários até dezembro levantou temores sobre o que pode acontecer no ano que vem. Secretário tem dito que a situação fiscal do Ceará é sólida
A fala do secretário da Fazenda, Mauro Filho (Pros), sobre a situação fiscal do Estado preocupou lideranças sindicais. O secretário vem afirmando, desde o fim de julho, que o salário dos servidores estão assegurados até dezembro. De acordo com os sindicalistas, há duvidas sobre o que acontece após este prazo.
De acordo com José Francisco Rodrigues, coordenador-adjunto do Fórum Unificado das Associações e Sindicatos dos Servidores Públicos Estaduais do Ceará (Fuaspec), há questões não-respondidas em relação à condição financeira do Ceará. “Temos que mostrar a situação econômica e financeira do Estado”, afirma. Segundo ele, há o temor de que, a partir de janeiro, o Ceará não consiga efetuar os pagamentos.
Flávio Remo, coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público do Ceará (Mova-se), afirma que, “diferentemente de outros Estados, não havia essa preocupação (com a folha de pagamento)”.
Na segunda-feira, a Fuaspec encaminhou, junto ao chefe de gabinete do governador, Élcio Batista, e ao o assessor de Acolhimento aos Movimentos Sociais, Acrísio Sena (PT), audiência com a Secretaria do Planejamento (Seplag), e com o governador, Camilo Santana (PT).
De acordo com o último boletim de conjuntura do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômicas do Ceará (Ipece), a situação da folha de pagamento pede atenção. “É possível supor que as ‘Despesas Correntes’, notadamente os gastos com pessoal, continuarão a pressionar as contas públicas do Estado no segundo semestre de 2015, sendo, portanto, necessário acompanhar a evolução dessa rubrica”, diz o documento, afirmando ainda que, no período, “o crescimento das receitas é duvidoso”.
A Seplag e a chefia de gabinete do governador foram procuradas pelo O POVO, mas não se manifestaram até o fechamento desta página.
Situação
As questões fiscais do governo estadual vêm sendo colocadas já há algum tempo por Mauro Filho. No fim de julho, ele afirmou que a queda de repasses federais preocupava os governos nordestinos. Entretanto, os salários dos servidores seriam prioridade e estariam garantidos até dezembro deste ano.
Já no último dia 4, ele afirmou que o gasto com pessoal cresceu 9%, mas, novamente, garantiu o pagamento dos salários. “Tem Estado pagando folha com quatro meses. O que não podemos fazer é que a situação afete nossa solidez fiscal”, disse. Ele, novamente, queixou-se da queda nos repasses federais.
NÚMEROS
R$3,9 bilhões foi o que governo gastou com salários e encargos sociais em 2015
9% foi o crescimento da folha de pagamento em 2015 em relação ao ano passado
Fonte: Jornal O Povo