CEARÁ - Bancários realizam assembleia para votar fim da greve
A paralisação já alcança 73,72% das agências no Ceará, com 418 agências fechadas. Das 262 agências da Capital, 199 estão paradas e, das 305 unidades do interior, 219 aderiram ao movimento
O Sindicato dos Bancários do Ceará realizou convocação, ontem, para que funcionários de instituições financeiras públicas e privadas compareçam à assembleia deliberativa na sede do sindicato, às 19 horas de hoje, e indica, conforme o Comando Nacional de Greve dos Bancários, o voto a favor do fim da greve. No caso do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), as negociações de pautas específicas continuam. Segundo grevistas do BNB, em nota, o acordo para fim da greve deve ser fechado, com reabertura dos bancos amanhã.
A quinta proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) foi aceita pelo Comando Nacional, ontem, com reajuste de 10%, um ganho real de 0,11% para salários e Participação nos Lucros e Resultado (PLR), além de 14% para vales refeição e alimentação. A negociação foi fechada após os bancos concordarem em não descontar as horas não trabalhadas. Com isso serão abonados 63% das horas dos trabalhadores de 6 horas, de um total de 84 horas, e 72% para os trabalhadores de 8 horas, de um total de 112 horas. Ou seja, serão considerados os dias de paralisação de 6 a 26 de outubro de 2015, com compensação de 31 horas, sendo no máximo uma hora de trabalho a mais por dia útil, até o dia 15 de dezembro.
“Conseguimos superar, com uma discussão muito forte, o que os bancos queriam impor, que era perder para a inflação, e conseguimos dobrar e avançar na refeição em 14%. Os bancos ainda insistiram em fazer outro ataque aos grevistas, pois queriam descontar as horas, o que travou a mesa de negociação. Mas, diante da movimentação e das conversas, mostramos que enquanto quiséssemos a greve, ela iria continuar”, diz Carlos Eduardo Bezerra, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará.
Hoje a paralisação conta com cerca de 73,72% de adesão dos bancários, no Ceará. Das 262 agências da Capital, 199 estão paradas e, das 305 unidades do interior, 219 estão fechadas, totalizando 418 agências em greve. Em todo o País, são mais de 12 mil agências fechadas. “Desde terça-feira nós estamos negociando e negociando com greve”, detalha.
Aditivos
Apesar de ter sido fechado acordo geral para bancos públicos e privados, cada instituição tem pautas específicas. Dentre os principais aditivos propostos pelo Banco do Brasil, por exemplo, está segurança nas portas giratórias.
No HSBC, o comando conseguiu pagamento gratificação para 71% dos funcionários de R$ 3 mil, que será efetuado em parcela única, junto com a primeira parcela da PLR, o que deve acontecer em até dez dias após a assinatura do acordo. Ficam de fora desse benefício os níveis de gestão.
Já o Itaú apresentou uma nova proposta de reajuste para a Participação Complementar nos Resultados (PCR), nos período de 2015 e 2016. O valor será de R$ 2.285 na primeira faixa e de R$2.395 na segunda. Em 2016, o reajuste será igual ao conquistado pela Campanha Nacional 2016.
A última negociação de ontem à noite foi a da Caixa Econômica Federal (CEF), que ofereceu aos bancários a aplicação do reajuste de 10% em todos os níveis das tabelas salariais, para a PLR e para o piso, reajuste de 14% para os vales refeição e alimentação e PLR adicional de 4% do lucro, distribuída igualmente.
NÚMEROS
12 mil agências foi o número que a greve dos bancários, no Brasil, conseguiu fechar
20 dias é o tempo de duração que a paralisação dos bancários contabiliza hoje
SERVIÇO - Assembleia
Quando: hoje às 19 horas
Onde: na sede do Sindicato dos Bancários do Ceará (rua 24 de Maio, 1289, Centro)
Resultado das negociações
Onde: http://bit.ly/1Kz8EsK
Saiba mais
A greve começou 6 de outubro e os bancários pediam reajuste de 16%, com piso de R$ 3.299,66, e PLR de três salários mais R$ 7.246,82. Outras reivindicações: vale alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá de R$ 788 cada.
A primeira proposta da Fenaban oferecia reajuste de 5,5%, com piso entre R$ 1.321,26 e R$ 2.560,23. Ainda PLR pela regra de 90% do salário mais R$ 1.939,08, limitado a R$ 10.402,22 e parcela adicional (2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.878,16).
Depois, foi apresentado reajuste salarial de 7,5%.
A terceira oferecia 8,75%, em salários, benefícios e participação nos lucros.
Na última sexta-feira, os bancos ofereceram reajuste de 10% em salários, PLR e piso e 14% para os vales, mas com desconto dos dias parados ou compensação.
No domingo, foi fechado reajuste de 10% em salários, PLR e piso; e 14% para os vales, mas sem desconto dos dias parados.
Fonte: Jornal O Povo