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Publicado em: 26/02/2016

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HUB DE COMUNICAÇÃO DIGITAL - Fortaleza prevê contar com 13 cabos submarinos em 5 anos

Os próximos dois cabos deverão começar a operar no fim de 2017, numa estação localizada na Praia do Futuro

Cidade da América Latina com a maior quantidade de cabos submarinos de fibra ótica (hoje são 7), Fortaleza continua atraindo a atenção de empresas que atuam no setor de tecnologia da informação (TI) e caminha para se tornar um centro ou hub de comunicação digital da região. A expectativa da Prefeitura é que o número de cabos ligando a capital cearense à America do Norte, América Central, África e Europa suba para 13 em cinco anos.

Os próximos dois cabos deverão começar a operar no último trimestre de 2017, numa estação localizada na Praia do Futuro, e serão construídos pela especialista em telecomunicações Angola Cables. Na manhã de ontem, o CEO da empresa, Antônio Nunes, apresentou o projeto arquitetônico dos empreendimentos ao governador do Ceará, Camilo Santana.

A reunião, que ocorreu no Palácio da Abolição, também contou com a presença do prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, do titular da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico (SDE), Robinson de Castro, além de outros gestores públicos. De acordo com Robinson, o projeto já foi apresentado à Prefeitura há cerca de duas semanas e deverá ser divulgado publicamente em breve.

"É um projeto suntuoso. Com certeza, a partir desses cabos de fibra ótica, Fortaleza passará a ter uma nova vocação econômica, atraindo, principalmente, negócios na área tecnológica. Seremos um hub de comunicação digital da América Latina, com uma internet mais veloz e barata", afirma o secretário.

A Angola Cables, que já será beneficiada pela Prefeitura com a redução do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) e do Importo Predial e Territorial Urbano (IPTU), também pleiteia junto ao governo estadual incentivo fiscal referente ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). "O governador reconheceu a importância do projeto e já mobilizou sua equipe para atender às demandas da empresa no que se refere à infraestrutura de gás e energia. A Angola Cables ficou de mostrar algo no âmbito do incentivo fiscal para o governo avaliar", acrescenta Robinson.

Localização

O primeiro cabo virá de Luanda, na Angola. Chamado de SACS (em inglês, South Atlantic Cable System), ligará a cidade africana a Fortaleza e terá 6.165 quilômetros de extensão, sendo 100% financiado pela Angola Cables. Trata-se do primeiro cabo submarino de telecomunicações instalado no Atlântico Sul que liga a África à América do Sul, com capacidade de comunicação de, no mínimo, 40 terabytes por segundo (Tbps).

O segundo partirá de Miami, nos Estados Unidos, e conta com investimento da Angola Cables, além do Google, Antel e a Algar Telecom. Batizado de Monet, o equipamento ligará Miami, Fortaleza e Santos (SP), com capacidade de comunicação de, no mínimo, 60 Tbps, e possuirá uma rota que totaliza mais de 10 mil quilômetros.

Além da estação para os cabos submarinos, a Angola Cables ainda construirá um data center em Fortaleza, que também será localizado na Praia do Futuro. O equipamento terá 3 mil metros quadrados de área de TI.

Contabilizando a infraestrutura e a operação dos equipamentos, o projeto conta com um investimento total de cerca de US$ 300 milhões. A previsão inicial era que o projeto estivesse em operação no primeiro trimestre do próximo ano.

Outros projetos

A Prefeitura de Fortaleza também continua dando segmento ao processo de negociação para a instalação de mais dois cabos submarinos de fibra ótica na cidade. Um de responsabilidade da Telebras, ligando Lisboa, em Portugal, a Fortaleza, e outro da empresa Camtel, conectando Camarões à capital cearense.

Existe ainda a intenção de instalar mais dois cabos, no entanto, as empresas ainda estão dialogando com a Prefeitura. A América Móvil pretende ligar Fortaleza aos Estados Unidos, por meio de um ponto na América Central. E o consórcio Alcatel-Lucent e Seaborn busca viabilizar a conexão entre Nova York, Fortaleza e Santos.

Fonte: Jornal O Povo