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Publicado em: 05/11/2013

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´POLÍTICA MONETÁRIA VIGILANTE´ - Tombini diz que a inflação alta terá curta duração

05/11/2013.

O BC precisa buscar uma inflação de 4,5%, com limite máximo de dois pontos percentuais para mais ou para menos

Ao participar da solenidade de abertura do V Fórum Banco Central de Inclusão Financeira, o presidente da Instituição, Alexandre Tombini, garantiu que o BC tem agido para fazer com que a variação dos índices de preços observada nos últimos 12 meses seja percebida pelos agentes econômicos como um processo de curta duração.

"Nesse sentido, progressos têm sido obtidos. Entretanto, para que a inflação observada nos 12 meses efetivamente se revele um processo de curta duração, a política monetária deve se manter especialmente vigilante", afirmou. "Dessa forma, a persistência da inflação tende a diminuir, bem como os danos que a mesma causaria à tomada de decisões sobre os investimentos", acrescentou.

Isto porque, enfatizou Tombini, a literatura econômica e a evidência empírica indicam que taxas de inflação geram distorções que levam a aumentos dos riscos e deprimem os investimentos. "Essas distorções se manifestam, por exemplo, no encurtamento dos horizontes de planejamento das famílias e empresas, bem como na deterioração da confiança de empresários e consumidores", disse. "Taxas de inflação elevadas, portanto, reduzem o potencial de crescimento da economia, bem como a geração de empregos e de renda", emendou o presidente do Banco Central.

Nos últimos 12 meses, até setembro, a variação dos preços medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice oficial do País, está em 5,86%. No início do ano, chegou a superar o limite da meta, que é de 6,5%. Pela legislação em vigor, o BC precisa buscar uma inflação de 4,5%, com limite máximo de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.

Dessa forma, o discurso de Tombini, reforça avaliação da cúpula do BC divulgada na ata da última reunião do Copom, que foi interpretada pelo mercado financeiro como um compromisso do BC com nova alta de 0,5 ponto percentual na taxa Selic, na próxima reunião comitê, prevista para o final deste mês.

Crescimento

Anfitrião do evento, o presidente do BC não se limitou a falar de inflação ou a comemorar a implementação no País de novas modalidades de pagamentos de dívidas e transferência de dinheiro com uso do celular, cartões pré-pagos ou moedeiros eletrônicos. Dos cerca de 20 minutos da sua fala, outra parte foi dedicada ainda ao tema crescimento.

Tombini afirmou que a expansão econômica do País tem se materializado "de forma gradual" e que a percepção está mais pessimista do que a realidade. Olhando à frente, acrescentou, que os fatores de sustentação da demanda doméstica continuam presentes, com desemprego nas mínimas históricas e geração de emprego. "Além disso, as perspectivas de maior crescimento global, em particular, de importantes parceiros comerciais do Brasil, militam no sentido de que a demanda externa tende a contribuir mais intensamente do que nos últimos anos para o crescimento da economia brasileira", ele acrescentou. O crédito, avaliou ainda Tombini, continua em ritmo sustentável, com redução da inadimplência e do comprometimento de renda. Segundo ele, o crescimento da oferta será proporcional à recuperação da confiança.

Repórter: Anchieta Dantas Jr.

Fonte: Jornal Diário do Nordeste