BC trabalha para manter níveis da inflação reduzidos
19/02/2014.
O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou que a instituição está empenhada em segurar a inflação, trabalhando fortemente para que os índices continuem a cair neste e nos próximos anos. Segundo ele, a elevação de 3,25 pontos percentuais da taxa básica de juros, a Selic, desde abril do ano passado, ainda está surtindo efeito em conter a inflação. Ele reiterou que o BC continuará a monitorar, atentamente, o comportamento dos preços para assegurar a convergência do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o centro da meta, de 4,5% - com tolerância de dois pontos percentuais -, para mais ou para menos.
O representante da autoridade monetária brasileira diz que existe um tempo de resposta necessário, para que as ações surtam os efeitos desejados pela equipe econômica. “A política monetária opera com uma certa defasagem. O impacto do que fizemos até agora, para controlar a inflação, ainda se manifestará daqui para a frente. Estamos fazendo nosso dever de casa, combatendo a inflação. Em uma grande extensão, tivemos sucesso”, ressaltou o presidente do BC.Em relação ao crescimento da economia em 2014, Tombini disse não esperar que o País tenha caído em recessão, no segundo semestre do ano passado, apesar de indicadores recentes. Para este ano, ele ressaltou, ainda, que os programas de concessões de infraestrutura, como rodovias e aeroportos, impulsionarão os investimentos e o crescimento nos próximos trimestres.
RECESSÃO TÉCNICA
Na semana passada, o Banco Central divulgou que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), indicador que funciona como prévia do Produto Interno Bruto (PIB), caiu 0,21% no terceiro trimestre e 0,17% no quarto trimestre de 2013. Quando há queda de dois trimestres consecutivos na atividade econômica, a economia está em recessão técnica. Para 2013, o IBC-Br estima crescimento de 2,57% pelo índice dessazonalizado, que desconsidera as oscilações típicas de determinadas épocas do ano. Com o desempenho no segundo semestre, o crescimento deve-se, unicamente, ao comportamento da economia nos seis primeiros meses do ano passado.
A previsão oficial do Banco Central sobre o PIB está no Relatório de Inflação, divulgado a cada três meses. Na última versão do documento, em dezembro, a autoridade monetária estimava crescimento de 2,3% para a economia. no ano passado. Sobre o câmbio, o presidente do BC afirmou que o Brasil está em situação mais confortável que outros países emergentes, como Turquia e Argentina, para lidar com as turbulências no sistema financeiro internacional.
Segundo suas estimativas, as reservas brasileiras no mercado externo - em torno de US$ 375 bilhões -, têm ajudado o Brasil a conter a volatilidade do dólar em meio à retirada dos estímulos monetários que vêm acontecendo nos Estados Unidos, por determinação do presidente Barack Obama. “Todos os instrumentos estão sobre a mesa para combater a volatilidade, em particular, as reservas internacionais”, destacou Alexandre Tombini.
Fonte: O Estado do Ceará