RESULTADO DE 2013 - PIB do Estado avança 3,44% e atinge R$ 105 bi
12/03/2014.
Esta foi a primeira vez que a soma das riquezas produzidas pelo Estado superou a marca de R$ 100 bilhões
Pelo sexto ano consecutivo, a economia cearense alcançou um crescimento superior ao da média nacional. No ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará obteve um incremento de 3,44%, contra os 2,30% registrados no País. Com isso, pela primeira vez, a soma de todos os bens e serviços produzidos no Estado superou a marca dos R$ 100 bilhões, saindo de R$ 96,5 bilhões, em 2012, para R$ 105,7 bilhões, em 2013.
Os dados foram apresentados ontem pelo secretário do Planejamento e Gestão, Eduardo Diogo, e pelo diretor Geral do Ipece, Flávio Ataliba, e confirmam a estimativa do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), que previa um crescimento entre 3% e 4%. "Com o resultado, o Ceará cresceu 50% a mais que a média do PIB nacional", reforçou Diogo.O setor que apresentou o melhor resultado no ano passado foi a Indústria, que registrou um incremento de 5,62%. "O crescimento da Indústria já era esperado. A Construção Civil, com alta de 3,12%, manteve o ritmo de crescimento; o segmento de Eletricidade, Gás e Água, com alta de 7,75%, também. A surpresa foi a recuperação da Indústria de Transformação, que cresceu 4,71% no ano, e que é a que mais pesa no setor", destacou o analista do setor de Indústria do Ipece, Witalo Paiva.
O segmento é responsável por 47% do valor agregado da Indústria cearense, seguido da Construção Civil, com 20%. O bom desempenho da Indústria de Transformação foi puxado pelos segmentos de calçados e couros, têxtil e refino de petróleo e álcool. Neste último, esclarece Paiva, está incluída ainda a produção de petróleo, que obteve incremento de 28% em 2013, revertendo uma trajetória de queda que vinha desde 2004.
Serviços
Apesar de ter crescido menos, o setor de Serviços foi o que teve maior participação na elevação da produção de riquezas no Estado, uma vez que é responsável por 73,1% do PIB estadual, enquanto a Indústria participa com 22,2%. O setor teve incremento de 2,89% no ano passado.
De acordo com Eduardo Diogo, do crescimento de 3,44% na economia cearense, 2,11 pontos percentuais vieram dos Serviços e 1,24 pontos da Indústria. O restante foi acrescentado pela Agropecuária.
Segundo o analista do setor de Serviços do Ipece, Alexsandre Lira, o crescimento do setor foi abaixo daquele observado em 2012 por conta de uma redução no crescimento do comércio varejista. "A retração nas vendas é um fenômeno nacional, por conta da política macroeconômica de encarecimento do crédito para famílias e empresas, com elevação dos juros, desestimulando as vendas", justifica, apontando a queda ocorrida nas vendas de veículos e eletrodomésticos em 2013. Mesmo com o menor incremento, ele destaca que o setor no Ceará apontou o terceiro maior crescimento do País.
Agropecuária
Já o setor Agropecuário, que responde por apenas 4,7% do Produto Interno Bruto cearense, teve alta de 2,61% em 2013. De acordo com o analista do Ipece para o setor, Klinger Aragão, a produção de milho, feijão e castanha cresceram no ano passado, muito por conta da base reduzida de 2012, quando houve uma queda significativa por conta da seca, que ainda persiste.
Economia cresceu 265% desde 2002
Em 2002, o PIB cearense fechou em R$ 28,8 bilhões. Passados 11 anos, esse valor mais que triplicou, sendo elevado em 265%, ao chegar aos 105,7 bilhões no ano passado. Analisando somente o período de 2007 a 2013, da gestão Cid Gomes, o incremento observado foi de 110,1%.
O secretário de Planejamento e Gestão, Eduardo Diogo, reforça que este crescimento é bastante superior à evolução da inflação acumulada do mesmo intervalo, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que foi de 45,6% no mesmo intervalo de tempo.
Balanço
O secretário também apresentou ontem um balanço dos números de sete anos da gestão Cid Gomes e destacou a elevação da participação do PIB cearense na economia nacional, que passou de 1,89% em 2007 para 2,18% no ano passado.
Mesmo com o leve incremento nestes sete anos, a participação do Estado no PIB nacional ainda é bem inferior à proporção de sua população, que soma 4% da população brasileira.
Investimentos
Diogo acrescentou que, de 2007 a 2013, o Governo do Estado realizou investimentos de R$ 13,9 bilhões, representando 15,5% dos gastos públicos ao longo do período.
"Estes investimentos são responsáveis, por exemplo, pelo crescimento da construção civil. Hoje, são mais de 30 mil pessoas trabalhando diretamente nas obras do poder público", destaca. Para 2014, ele informa que a expectativa é de um aporte de R$ 5 bilhões em investimentos.
Do total, 28% dos aportes em investimentos foram para Transporte, que tiveram R$ 3,9 bilhões. A área foi puxada especialmente pela Linha Sul do Metrô de Fortaleza, que teve empenhado no período R$ 1,02 bilhão. A Educação veio na sequência, com 1,3 bilhão, o que significou 9,8% do total. O maior investimento nessa área foi a implantação de escolas estaduais de educação profissional, que gerou um aporte de R$ 736,1 milhões.
Em relação à execução orçamentária do Estado no período de 2007 a 2013, foi realizado um volume de recursos de R$ 89,1 bilhões, a maior parte dele indo para a Educação, que, com R$ 12,6 bilhões, absorveu 14,1% do total, seguida da Saúde, com 12,4%, e da Previdência Social, com 12,1%. A Segurança Pública ficou em quarta posição, com 7,5% e uma execução de R$ 6,7 bilhões.
Houve, no período, um aumento de 8% na participação dos gastos com pessoal dentro das despesas do governo. Em 2013, essa rubrica teve participação de 52,7% dos gastos do governo, perante um limite prudencial de 57%. (SS)
Sérgio de Sousa - Repórter
Fonte: Diário Online (Jornal Diário do Nordeste)