IMPACTO - Crise de energia pode comprometer meta fiscal
26/03/2014.
Rio e Nova York. A crise do setor elétrico brasileiro pode comprometer a meta fiscal do governo em 2014. Os custos com o segmento devem engolir até R$ 16 bilhões dos cofres do governo, além dos recursos já previstos no orçamento e nos pacotes de socorro às distribuidoras, segundo cálculos da consultoria Excelência Energética. O impacto pode ser ainda maior se for considerada a conta a ser paga em indenizações do setor.
A questão teve influência na decisão da agência internacional de classificação de risco Standard&Poor's de rebaixar o rating soberano do Brasil, de "BBB" para "BBB-". A economista da S&P Lisa Schineller disse que os subsídios dados ao segmento e o represamento do aumento dos custos das distribuidoras com o acionamento de térmicas podem pesar no orçamento federal."Não será fácil para o governo alcançar a meta de 1,9% de superávit primário, sem recorrer a ajustes de uma única vez, dado o cenário de baixo crescimento econômico", afirmou. "Há riscos para a piora das contas fiscais nos próximos anos, como a dinâmica atual do setor elétrico, com os subsídios podendo pesar no orçamento, limitado aumento de preços (de energia), alguns custos sendo adiados",diz.
O governo federal definiu como meta um superávit primário de R$ 99 bilhões para 2014, 1,9% do PIB. Para tanto, será necessário um corte nos gastos de pelo menos R$ 44 bilhões.
Fonte: Diário Online (Jornal Diário do Nordeste)