MAIOR ALTA EM DOIS ANOS - Serviços também pressionam a inflação
14/04/2014.
Os serviços acumulam alta de 9,01% em 12 meses. E não há expectativa de que os preços desacelerem no setor, diferente dos alimentos, que devem dar um alívio com as chuvas
Além do choque dos alimentos que levou o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial, de março ao maior patamar para o mês em 11 anos, uma preocupação ronda Governo e economistas: a alta dos serviços. Os serviços bateram em 9,01% em 12 meses encerrados em março, a maior taxa desde o fim de 2011 e acima do IPCA para o período: 6,15%. Especialistas esperam para o fim do ano uma taxa em torno de 8,5%.
E, diferentemente dos alimentos, não há previsão de uma desaceleração dos preços de itens como passagens áreas, empregado doméstico, aluguéis, mão de obra para reparos, hotéis e médicos - serviços que estão entre os que subiram mais nos últimos 12 meses. Para os alimentos (alta de 7,14% em 12 meses), é esperada uma freada em maio e até uma queda em junho.“Isso não vai ocorrer com os serviços. Quando os preços sobem, custam muito a cair. É um processo que pode levar anos porque não há concorrência (com importados, por exemplo) e a mão de obra só sobe”, diz Elson Teles, economista do Itaú.
Entre os 37 itens de serviços, apenas dois (motel e seguro de veículos) registram queda nos preços em 12 meses. Há três anos, os serviços, que representam um terço do consumo das famílias, superam a inflação e sobem acima de 8%.
Os motivos principais, diz Teles, são mercado de trabalho aquecido, renda em alta (que turbinam o consumo) e reajuste do mínimo -este último com impacto no custo dos prestadores de serviço. Priscilla Burity, economista do Brasil Plural, afirma que a alta dos serviços “complica o cenário de inflação deste ano”.
Analistas já enxergam risco de o teto da meta da inflação de 6,5% não ser cumprido. Após a alta do IPCA do mês passado (0,92%), as estimativa foram corrigidas para cima - entre 6,2% e 6,5%.
Outra fonte de temor são os preços controlados, que não vão ajudar tanto a segurar a inflação como em 2013, quando subiram só 1,5%. Isso apesar de o Governo deixar para 2015 boa parte do repasse para as tarifas do custo extra das termelétricas. O reajuste concedido à Cemig (14,24%) surpreendeu e especialistas consideraram alta da ordem 10% na energia neste ano.
Se for confirmada a alta e o Governo não intervier no reajuste de outras distribuidoras, o conjunto dos preços monitorados deve subir entre 4,5% e 5% neste ano, ainda assim abaixo da inflação. (da Folha Press)
Serviço
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Onde: http://bit.ly/1hD2jUN
Fonte: Jornal O Povo